Olá, estacionei só para dar uma parcial da super dinâmica. A dinâmica psicológica, não a insana disputa por minha ostentosa vaga trabalhista.
Esse meu blog anda cada vez mais interessante, né não? Ô... É essa minha instigante vida que não me deixa parar com a produção! Acho que vou começar a enviar informes por sms, pra ninguém perder nada, nem um movimento! Piscou, perdeu!!
Tá, chega de enrolar. Fui lá para a tal entrevista. Fiquei sentadinha no sofá, balançando os pézinhos, com cara de deslocada, feição que não me foi difícil alcançar. Fiquei lendo os informativos locais, e vi que eles têm sessões de cinema, sendo a próxima com o filme 'Frida'. Mas o que me chamou atenção foi um dos enfoques psicanalíticos que será dado no debate que se segue ao filme. Lá vai a lista: trauma - criação artística - desintegração - mãe suficientemente boa (?!). O que seria um enfoque sobre uma 'mãe suficientemente boa'? Não sei, mas a minha mãe me parece suficientemente boa, de repente eu poderia contribuir. Enfim.
Paguei a micro taxinha para passar pela triagem, e adentrei a salinha das revelações. Primeiro dilema: onde sentar? Duas poltronas e uma caminha. Preciso dizer qual me pareceu mais convidativa? Bom, mas a dona psicóloga (nem lembro o nome dela!) me indicou a primeira poltroninha, a mais perto da porta. Hum. Ela sentou-se na outra, que combinava perfeitamente com sua roupa quadriculada. Ela ficou totalmente camuflada. Achei style.
Começamos a conversa, ela falou pra eu contar meus 'pobrema', fala que eu te escuto, esse tipo de coisa. Fiz um resuminho (sou uma pessoa altamente resumitiva) e ela passou para a segunda fase da triagem, que é quando ela aplica um questionário que será encaminhado posteriormente a outra psicóloga, e essa sim arrumará alguém para me atender. Não entendi o porquê da terceirização, mas enfim. Pergunta vai, pergunta vem, o questionário se aproxima do fim.
"Você tem problemas com seus pais?
Não, nada grave.
E o seu namoro, é bom?
É, é bom sim.
Você teve alguma doença grave na infância?
Não, nada.
E na escola, você era boa aluna, ou teve problemas?
Não, eu era boa sim.
E algum trauma na infância, fato marcante...?
Não, não.
Pô, você é muito certinha! Assim fica difícil! Eu preciso anotar alguma coisa aqui..."
Ótemo, só faltou completar com um "e vê se não me faz mais perder meu tempo, sua banana!". Muito legal, sabe, achei bem sensível da parte dela. Esses freudianos são engraçados. Querem tudo de mão beijada. "Opa, eu ouvi trauma, é um trauma que eu tô vendo, é isso mesmo? Olha aí o trauma, olha aí o trauma! Vem pra cá, trauma, vem pra cá!". Assim é fácil, quero ver descobrir qual é o problema quando não existe causa aparente.
Aí foi isso, apesar da consideração a respeito de minha ausência de questões psicanaliticamente relevantes, a dona moça psicóloga disse que ia arrumar alguém legal pra mim, que ia me ligar. Não sei porque, mas nesse momento me veio em mente flashes do meu tempo de solteirice, promessas ao final da noite... sabe? Pois é. Talvez se eu tivesse terminado a conversa com um "e acho pertinente acrescentar que não tenho certeza se minha mãe é suficientemente boa" eu tivesse mais chance. Intrigante, no mínimo, não?
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3 comments:
Você devia ter dito que tem sonhos recorrentes em que um tigre de bengala gigante e branco ataca a sua mãe. Mas quando você se aproxima e olha para o tigre, ele é você! Não só isso: quando ele vai embora, desaparecendo no ar de uma hora para outra, lógico, você olha para a sua mãe desmaiada no chão e TÂN, é você também. Daí ela/você vira chocolate, o cenário inteiro vira chocolate, pequenos tigres de chocolate branco caem do céu. Você acorda.
hauhauahauhauahuah adorei o sonho
Foi muito interessante! Rí aos montes por aqui. Mas acredite: Exceto àquelas que jogam seus filhinhos em lagoas ou rios, todas as mães são suficientemente boas.
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