Wednesday, August 15, 2007

Suficientemente problemática

Olá, estacionei só para dar uma parcial da super dinâmica. A dinâmica psicológica, não a insana disputa por minha ostentosa vaga trabalhista.

Esse meu blog anda cada vez mais interessante, né não? Ô... É essa minha instigante vida que não me deixa parar com a produção! Acho que vou começar a enviar informes por sms, pra ninguém perder nada, nem um movimento! Piscou, perdeu!!

Tá, chega de enrolar. Fui lá para a tal entrevista. Fiquei sentadinha no sofá, balançando os pézinhos, com cara de deslocada, feição que não me foi difícil alcançar. Fiquei lendo os informativos locais, e vi que eles têm sessões de cinema, sendo a próxima com o filme 'Frida'. Mas o que me chamou atenção foi um dos enfoques psicanalíticos que será dado no debate que se segue ao filme. Lá vai a lista: trauma - criação artística - desintegração - mãe suficientemente boa (?!). O que seria um enfoque sobre uma 'mãe suficientemente boa'? Não sei, mas a minha mãe me parece suficientemente boa, de repente eu poderia contribuir. Enfim.

Paguei a micro taxinha para passar pela triagem, e adentrei a salinha das revelações. Primeiro dilema: onde sentar? Duas poltronas e uma caminha. Preciso dizer qual me pareceu mais convidativa? Bom, mas a dona psicóloga (nem lembro o nome dela!) me indicou a primeira poltroninha, a mais perto da porta. Hum. Ela sentou-se na outra, que combinava perfeitamente com sua roupa quadriculada. Ela ficou totalmente camuflada. Achei style.

Começamos a conversa, ela falou pra eu contar meus 'pobrema', fala que eu te escuto, esse tipo de coisa. Fiz um resuminho (sou uma pessoa altamente resumitiva) e ela passou para a segunda fase da triagem, que é quando ela aplica um questionário que será encaminhado posteriormente a outra psicóloga, e essa sim arrumará alguém para me atender. Não entendi o porquê da terceirização, mas enfim. Pergunta vai, pergunta vem, o questionário se aproxima do fim.

"Você tem problemas com seus pais?
Não, nada grave.

E o seu namoro, é bom?
É, é bom sim.

Você teve alguma doença grave na infância?
Não, nada.

E na escola, você era boa aluna, ou teve problemas?
Não, eu era boa sim.

E algum trauma na infância, fato marcante...?
Não, não.

Pô, você é muito certinha! Assim fica difícil! Eu preciso anotar alguma coisa aqui..."

Ótemo, só faltou completar com um "e vê se não me faz mais perder meu tempo, sua banana!". Muito legal, sabe, achei bem sensível da parte dela. Esses freudianos são engraçados. Querem tudo de mão beijada. "Opa, eu ouvi trauma, é um trauma que eu tô vendo, é isso mesmo? Olha aí o trauma, olha aí o trauma! Vem pra cá, trauma, vem pra cá!". Assim é fácil, quero ver descobrir qual é o problema quando não existe causa aparente.

Aí foi isso, apesar da consideração a respeito de minha ausência de questões psicanaliticamente relevantes, a dona moça psicóloga disse que ia arrumar alguém legal pra mim, que ia me ligar. Não sei porque, mas nesse momento me veio em mente flashes do meu tempo de solteirice, promessas ao final da noite... sabe? Pois é. Talvez se eu tivesse terminado a conversa com um "e acho pertinente acrescentar que não tenho certeza se minha mãe é suficientemente boa" eu tivesse mais chance. Intrigante, no mínimo, não?

Thursday, August 09, 2007

Perscrutar

Eita palavrinha difícil de falar, né não, minha gente?

Tenta aí!

Thursday, August 02, 2007

Dinâmica sem medo

Nesse exato momento em que estou escrevendo em meu blog ao invés de trabalhar, está rolando uma dinâmica de grupo para preenchimento de minha vaga aqui no trabalho. Mas não se preocupem comigo, eu estou bem, vou para um lugar melhor. Não, não estou falando de suicídio, por favor, acalmem-se!

Quando me disseram que fariam uma dinâmica para a minha vaga, fiquei bem surpresa. Eu detesto dinâmicas, principalmente porque a possibilidade de eu me dar bem em um processo desses é quase nula. Participei de duas dinâmicas na vida. Incrivelmente passei da primeira para a segunda, onde finalmente morri na praia. Com certeza eu não seria contratada para a minha vaga se estivesse nessa dinâmica de hoje. Tenho essa certeza em meu ser desde que meu chefinho querido disse que eu fui 'incrivelmente mal na minha entrevista. De uma timidez impressionante. Mas o texto era ótimo!'. Pois é, como dinâmicas exigem um pouco mais de desenvoltura, acabado não me dando bem. Principalmente porque não gosto dessa coisa de competição, de mostrar que sou melhor que os outros. É uma coisa tão evidente, pra que me esforçar pra provar isso? Just kiddin'!

O barato todo da dinâmica de grupo é você mostrar que é uma pessoa super segura, bem sucedida, criativa, competente e talentosa. Mostrar que você é o cara! Você deve, enfim, tentar parecer o mais feliz e confiante possível.

Ah, mas a vida, sempre tão cheia de ironias, me obrigou a vir aqui contar uma novidade para vocês. Eu, que estava me sentindo bem segura por aqui, longe da competição que rola por minha cobiçada vaga, acabei de marcar minha presença em uma espécie de dinâmica também. É, estou me inscrevendo para ter atendimento psicanalítico no CBPfilial da città maravillosa! And the fun thing is, que para conseguir ser atendida por algum dos psicólogos de plantão, preciso passar antes por uma 'triagem'. Pois é, rola essa triagem porque eles cobram um precinho camarada para os pobres desajustados pobres. E, pela primeira vez, acho que vou me dar muito bem em uma entrevista, afinal tudo que preciso fazer para ser escolhida é parecer bem problemática e digna de tratamento! Fácil, fácil...

Aí fiquei aqui imaginando hordas enfurecidas de problemáticos, competindo e lutando bravamente para provar quem é o mais esquisito e necessitado de tratamento entre todos eles. Eu já ia começar a imaginar as modalidades da competição, mas achei melhor guardar toda minha criatividade para a entrevista. Vou precisar.

Ai, ai, si divirto. Talvez eu use essa expressão lá na triagem. E talvez faça uma carinha assim, também:















_ Chama eu, vai! Eu sou esquisita!

Wednesday, August 01, 2007

Não fui capaz de criar um título didático para o post aleatório

Olá, 'pessoal' (uhum...). Bem confuso o post de hoje, vou logo avisando. Apenas será escrito porque estou em uma política de produtividade, ainda que com pouca qualidade. Nem eu sei ainda sobre o que escrevinharei. Então deixa eu começar logo para ver se as coisas ficam mais claras.

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Ontem vi dois filmes muito bacanas no cinema: 'Medos privados em lugares públicos', e 'Paris, te amo', sendo que o primeiro vi sozinha - hábito nada costumeiro, a não ser, vá lá, na época do festival do Rio. Isso quando consigo vencer a preguiça e sair de casa. Aliás, foi justamente para vencer a preguiça que assisti aos dois filmes no mesmo dia, um seguido do outro. Parece idiota, mas para a procrastinadora que vos fala, é uma vitória decidir por qualquer outra coisa quando a opção ' ir pra casa dormir um pouco' está entre as alternativas.

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Outra vitória sobre a procrastinação: ao invés de colocar o relógio para despertar 45 minutos antes da hora em que realmente decido levantar, sempre adiada por sucessivos 'sonecas' (santa função do celular?), coloquei o despertador para apenas 8 minutos antes do que pretendo levantar. Exatamente, o tempo de um soneca. Um pequeno passo para o homem...

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Voltando. Lá estava eu, solitária no cinema, sem ninguém para comentar questões que urgiam ser comentadas:

1 - Antes do filme, tela azul, orientações sobre o cinema em letras brancas. Entre elas: "Esse cinema está equipado com portas 'anti-pânico' ". Aí fiquei eu pensando, o que seria uma porta anti-pânico? Uma porta que se dissiparia a qualquer sinal de pânico, afinal nessas situações ela apenas atrapalharia? Ou uma porta que falasse com os cinéfilos (ou não) em fuga: 'Calma, fica calmo, nada de pânico... nada de pânico, porra, fica calmo, já falei!". Pois é. Comecei a rir sozinha no cinema, sem nenhuma porta ou cadeira 'anti-retardamento' para dar um jeito em minha pessoa.

2 - Filme em francês. Créditos no início. 'Não sei o quê le soutien', seguido de dois nomes. Ok, qual seria o papel dos soutiens em uma produção cinematográfica? Dar algum tipo de suporte...? Vou procurar no google a tradução. Depois.

Beleuza. Vi o primeiro filme, 'Couers', título original do 'Medos privados em lugares públicos (!), comi uns chocolatinhos na sessão, fiquei tímida de dar risadas em algumas partes infames, dessas que as pessoas ditas normais não vêem graça alguma. Isso até ouvir a risadinha de meu companheiro desconhecido de fileira, apenas a uma cadeirinha de distância. A partir daí fomos cúmplices na infâmia, a experiência ficou até um pouco menos solitária.

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Segunda sessão, eu tinha companhia, que alegria. Mas não pude comentar nada, nem na hora do trailler, porque um obeso viadinho da fileira da frente ficou incomodado com as conversinhas e risadinhas pré-filme, e fez um 'shhhh', bem primário style, o que acentuou ainda mais sua afetação. Poxa, tinha acabado de ganhar um livrinho do Mário Quintana de minha companheira cinematográfica, e nem podia me alegrar de maneira apropriada, fazer uma mini fuzarca agradecida? Fiquei revoltada, e tive uma séria discussão com o ser obeso... mas só em casa, no banheiro, na hora em que estava escovando os dentes para ir dormir! Ah, o danado ficou sem resposta, pois sim! (...)

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Ah, do segundo filme, 'Paris, te amo', deixo aqui parte de uma parte muito bonita:

"Que linda manito que tengo yo, qué linda y blanquita que Dios me dio;
Qué lindos ojitos que tengo yo, qué lindos y negritos que Dios me dio;
Qué linda boquita que tengo yo, qué linda y rojita que Dios me dio;
Qué lindas paticas que tengo yo, qué lindas y gorditas que Dios me dio;
Qué lindas manitos que tengo yo, qué lindas y blanquitas que Dios me dio..."

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Voltando ao gancho do começo do post, da política de 'produtividade, ainda que sem qualidade', acredito que alguns (poucos) diretores dos curtas que compõe o 'Paris' vivam sob essa filosofia. Assim como muitos publicitários por esse mundo a fora. Porque gastar dinheiro, e tempo, com certas coisas - e o pior, expô-las ao público? Mistério. Ficou claro o que eu quis dizer? Espero que sim, porque tô com preguiça de explicar mais.

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Bom, aí foi isso. Hoje no trabalho, um companheiro em processo de separação brigou com a futura ex-esposa e, ao que parece, ela desligou o telefone na cara dele. Eu quis dizer alguma coisa, mas não disse. Quis dar um sorriso cúmplice, algo como 'vai dar tudo certo', mas nem para ele olhei. Limitações que não entendo. Fiquei me sentindo mal depois disso, e lembrei da história que outra companheira de trabalho contou, sobre o hamster que morreu um dia após a uma discussão horrível que ela teve em família, discussão essa que teve como palco a mesma sala onde o sensitivo hamster residia e cotidianamente brincava na rodinha de sua gaiola, entre suas demais atribuições de hamster. Ela acredita que ele sentiu o clima pesado, e acabou não agüentando. Eu ri da história na hora, mas tô me sentindo um tanto quanto hamster nesse momento... and it does NOT feel good. Talvez seja agosto, que chegou.

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Ps: O google, que tudo sabe, me disse que soutien é apoio, em francês. Faz todo o sentido.