Wednesday, October 29, 2008

'Vareia'!

Aí que depois do post pouco feliz que a este antecedeu, eu fiquei mais animadinha com a vida, mais produtiva, essas coisas. Acabei entrando pra yoga, finalmente, mas não passou muito daí o meu ímpeto de produtividade. Essa coisa de variação de humor/percepções é uma coisa. Numa hora tudo é tão possível, e pouco mais de 30 segundos depois a montanha parece imensa demais para o pobre maomé, e nem que a bendita batesse em sua porta ele teria qualquer energia para fazer seja-lá-o-que-for que maomé queria fazer com a pró-ativa montanha. "Pode ser que sim, pode ser que não, mas o mais certo é quem sabe", como já dizia o sábio Chavo del ocho!

E aí que é tudo sempre assim. Exemplifico: tenho que fazer uma apresentação, falar em público (aaaargh!) depois de amanhã, no trabalho. Num momento, acho que isso é o fim do mundo, que todos vão me achar idiota e perceber minha evidente inabilidade oratória. Segundos depois, penso: 'que se exploda, é só chegar lá e começar a falar, do jeito que eu conseguir, e pronto'. Numa hora penso que domino o tema da exposição; logo depois, penso que não sei nada, que vou travar na hora h. De qualquer forma, tudo passa, tudo sempre passará, e isso me consola: vou lá, falo, sofro um bocadinho, mas a vida continua! É. E sou tão procrastinadora que até o sofrimento eu tenho procrastinado: deixo pra sofrer de verdade só na hora, ou algumas horinhas antes do momento crucial. Nessa caso, até que é uma procrastinação produtiva.

Mas o exemplo que eu ia dar não era esse. Só o dei porque achei justo mencionar a apresentação do trabalho, já que eu deveria estar preparando-a nesse momento, ao invés de ficar aqui 'falando' sozinha no blog. Enfim, dizia eu que exemplificaria as variações de outra forma, com pessoas, sempre, sempre elas. Estava eu hoje, no trabalho, e tive uma reunião com um ser que eu conhecia de vista, mas nunca tinha travado mais do que um daqueles diálogos de 'oi, tudo bem', seguido de sorrisos simpáticos e pouco expressivos. De qualquer forma, tinha uma percepção negativa do rapaz. Jornalista, e essa gente não preeeesta, vocês (vozes companheiras de minha cabeça) sabem bem disso. Cara de bobão. Acho que alguém já tinha feito algum comentário negativo sobre ele também, o que rapidamente foi assimilado por minha mente e indiscriminadamente usado para discriminar o rapaz. Daí que hoje tive uma reunião com ele:

Ih, o bobão é todo seguro de si, vejam só. Na verdade, meio convencido. Fala bem ele, veja que coisa! Mas esse jeito excessivamente carioca de falar... coisa irritante! Olha, ele sabe bem sobre comunicação. Que nada, ele tá pensando só em seu próprio umbigo gordo de assessor de imprensa, grandes coisas! Puxa, não tinha pensado nisso, boa idéia! Duh, que coisa óbvia, eu não pensei nisso antes porque isso não é uma coisa que demande qualquer tipo de pensamento mais aprofundado! Puxa, ele é tão natural, simpático... Que pessoa mais forçada, credo! Nossa, ele parece mais maduro, menos bobão do que eu imaginava... É mesmo um bobão convencido! Bom, mas pelo menos ele tá se expressando, dando sua opinião, ao invés de ficar com cara de múmia, como eu costumo a fazer... Mas é melhor ficar calado do que falar esse bando de asneiras, anyway... Puxa, reunião produtiva, até que ele ajudou... Mas na verdade chegaríamos a essas mesmas conclusões sem a ajuda dele...

Sacaram o drama? E aí que eu perco MUITO tempo em minhas divagações, observando mais as esquisitices das pessoas do que o que elas efetivamente estão falando, e isso não é nada bom. Se bem que esses detalhes costumam ser mais interessantes do que o que as pessoas querem falar... Mas aí eu fico perdida demais nos meus pensamentos, e pouco contribuo para o coletivo trabalhativo. Mesmo porque eu quase nunca consigo pensar em algo relevante de verdade, nessas coisas de gente adulta e séria... Se bem que quase sempre penso, logo no começo das infindáveis reuniões, em respostas óbvias para tudo, e é geralmente com elas que as pessoas 'adultas' genialmente finalizam esses produtivos e intermináveis falatórios...

E assim vai...