Monday, January 08, 2007

Sobre a chatice intrínseca de tudo o que existe

O problema é que eu acho tudo chato. Principalmente as pessoas. Mesmo quando eu penso em um ideal do que eu gostaria de ser, acho chato. Poxa, ser artista, de qualquer tipo, seria o máximo... mas imagina como eu seria chata? E as pessoas ao meu redor? Chatas. Ser escritora, então, que sonho... mas imagina os meus 'amiguinhos', como seriam? Chatos. E os leitores, nem se fala!

Como jornalista que sou, penso em que área do jornalismo me apeteceria trabalhar. Vamos às opções: área cultural, a idéia inicial... ai, não consigo nem começar a argumentar, é chato demais. Ver filmes, conhecer bandas, ler livros, ir a eventos mil, tudo isso é bem legal. Mas ficar escrevendo sobre isso? Ou melhor – ter a OBRIGAÇÃO de escrever sobre isso? Usar as coisas que te dão prazer como ganha pão? Hum... Continuarei o raciocínio, mesmo com a frase suspeita que antecede a continuação que se segue. Tá. Se você transforma o prazer em obrigação ele deixa de ser prazer, não? Porque aí você tem a obrigação de conhecer as coisas, e isso me cansa deveras. Eu posso até gostar de escrever sobre coisas culturais eventualmente, mas transformar em obrigação, não. Isso sem falar no contato com artistas e suas assessorias e afins... não preciso nem dizer, né? E tem também as pessoas que circulam nesses ambientes, sempre elas, as pessoas... problema constante. Se eu gostasse de tudo isso, seria mesmo um ser muito chato. Vamos mudar de área, moda. Ok, pode ser divertido ver programas de moda, decoração e afins, mas e as pessoas desse universo, meu deus! Não posso nem começar a pensar!

Além disso, e o porquê das coisas? Por que, para que, para quem?! E assim vai por tudo que me atrai inicialmente, mas é só parar para pensar um pouquinho que logo percebo a chatice e a falta de sentido das coisas. “Penso, logo desisto”, diz a sábia comunidade orkutiana.

Aí o que faço eu? Fico no meu trabalho mesmo, que não é nada do que eu sonhei para mim, mas tem muito tempo que deixei de sonhar, então está tudo certo. Que dramática eu, quase fiquei com pena de mim agora. Mas enfim, o fato é que fico fingindo que me importo com as coisas, quando eu simplesmente não me importo. Oi, meu nome é Érica, e eu não me importo (plagiando descaradamente outra blogueira, que por sua vez deve ter plagiado Friends, e por aí vai nessa vida de repetições sem fim).

É claro que se eu tivesse algum talento muito evidente eu daria um jeito de aturar a chatice dos arredores, mas como esse não é o caso, sigo reclamando.

Essa é uma parte dos motivos que me impedem de fazer coisas. A outra é minha covardia, medo e insegurança de tudo, mas isso fica para um próximo capítulo. Ah, tem a preguiça também. Com esse timaço contra mim, quem sou eu...

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