Monday, January 01, 2007

Bons presságios

Então 2007 começou, e nada bem. Espero que os acontecimentos da virada não sejam um sinal do que vem por aí nesse ano, porque vou te contar, não é bolinho não! Primeiro eu quebro a patinha em circunstâncias que não vêm ao caso. Com isso, a viagem para Angra subiu no telhado. Ok, quem precisa de viagem e praias? De botinha, em casa, no calor... bem melhor. Aí as coisas melhoram para o meu lado, e me livro parcialmente da citada botinha nas vésperas das vésperas do ano novo. Muito bom, não preciso ficar em casa, lá vou eu para o show de Ipanema, Black Eyed Peas, “Dolce and Gabbana, Fendi and then Donna...” e afins, vai ser divertido. Ok, marcamos com amigos dos amigos em um ponto de encontro, em pleno ano novo.

Aqui me vejo obrigada a fazer uma pausa no relato e compartilhar com vocês um pouco de minha sábia sabedoria: Encontro com amigos de amigos no ano novo NÃO FUNCIONA. De verdade. Nem tentem.

Prossigo, então. Fomos para o ponto de encontro em Ipanema, depois de sair de Copacabana, onde moro, e ficamos plantados esperando os citados amigos terceirizados. Horas depois surgem as tão esperadas pessoas, que nos informam que estão indo para Copacabana (de onde saímos para encontrá-las, devo lembrar a vocês). Legal. Insiram aqui um “então vão pro diabo que os carregue”, ou “tudo bem, vamos ficar aqui, qualquer coisa nos encontramos mais tarde”, o que preferirem.

Mais espera, dessa vez pela virada, quando começaria o show - mais exatamente previsto para os dois minutos do dia 1 de janeiro de 2007. E lá mofamos em pé, esperando a maldita meia noite que não chegava. E não chegava porque fomos mais cedo, para encontrar as pessoas das quais havíamos nos despedido há pouco. Ótemo.

Parada, em pé, horas. Aí começam as dores nas costas, que vêm me acompanhado incessantemente. Dor nas pernas. Calor. Acho que é relevante dizer que eu não comia desde as 16 horas, no almoço. Isso porque meus pais viajaram, e minha irmã e eu, como duas crianças de 28 e 22 anos, respectivamente, fomos incapazes de preparar um jantar de ano novo. Ou um jantar qualquer. Ok, voltando às dores, calor, fome, cansaço... poucos minutos para a meia noite. Pouco tempo antes, berra o desanimador animador dos shows de Ipanema: “Faltam só 42 minutos para a virada, pessoal”. Só! Foi quando veio um enjôo, uma sensação esquisita na cabeça... suando frio... “To me sentindo bem não”. Ter uma irmã médica é bastante útil em situações como essa. Se você puder, providencie a sua sempre que for para grandes aglomerações. Ela, como boa profissional, mandará o namorado da moribunda em excursão para o meio da multidão em busca do santo remédio: Coca Cola. E também mandará que você se remexa muito, o que não foi dificuldade alguma para mim. Isso até a vista ficar escura, as pernas bambas, quando você deverá se apoiar na parede ou grade mais próxima, enquanto as pessoas ao redor gritam “feliz ano novo”. Supimpa. Já em 2007, o namorado conseguiu sair da multidão trazendo a porção que me fez melhorar um cadinho. Comecei mesmo o ano com o pé direito, mesmo porque o esquerdo ainda não está 100%.

Mais comentários sobre a festa em Ipanema: Una puercaria! O som estava horrível. Tudo bem que eu estava na orla, e não na muvuca do show, mas mesmo assim, estava em frente ao palco, e mal reconhecia as musicas. Não há fogos em Ipanema. Se você, assim como eu, achou que as dimensões eram apenas menores que as de Copacabana, você está enganado: Não há fogos! Outra coisa: o pessoal do Black Eyed Peas só pode ter passado a virada em Copacabana para ver os fogos, porque o show começou com 45 minutos de atraso. Um absurdo, toda aquela divulgação para deixar o povo com cara de besta, mofando esperando as estrelinhas californianas. E digo mais: uma porcaria de show. Tanta música conhecida, e eles abriram o show com uma música desconhecida. E assim continuaram por mais 3 ou 4 musicas. Desânimo total. Pausas enormes entre as músicas. Péssimo, péssimo, péssimo. Depois tocaram os sucessos, sempre intercalados com músicas desconhecidas, ou com as músicas da Fergie, mas o som estava ruim mesmo, nem deu para empolgar.

Retornei em um ônibus lotado – de verdade. Chegando em casa, após passar fome até as 3 da manhã, fiz minha triunfal ceia... pastéis velhos, do ano passado, em um Chinês perto de casa. E assim fechei com chave de ouro a virada de 2006 para 2007.

***
Frases da noite, soltas na multidão: “Caramba, nunca vi tanto viado junto”; “Aqui em Ipanema não era assim. Isso é culpa do metrô!”.

1 comment:

Clara said...

"Culpa do metrô"! Há!

É por isso que fiquei em casa.