Domigo de manhã. Manhã não, madrugada, antes das 7 da matina. Que tipo de gente fica nas ruas a essa hora de um sonolento domingo? Gente estranha, pessoal, acreditem. Inclusive uma vizinha minha. Uma senhora, batendo papo com o porteiro. Antes das sete-da-manhã-de-um-domingo, repito. Domingo nublado, nada de sol convidativo aos (muito) mais bem dispostos. O que leva uma pessoa a fazer isso, nunca saberei.
Mas enfim. Eu tinha um motivo - ir fazer prova de concurso público, mesmo sendo só para cadastro de reserva, também conhecido como 'caça níquel para fazer um dinheirinho e regularizar a situação das pessoas que já trabalham na instituição'. Pata que sou, lá fui eu, sacrificando sagradas horas de sono dominical. Estranhamente estava muito animada, cantando canções com letras reinterpretadas por mim, o que não agradou nada ao namorado sonolento, outro pato que, como eu, foi para a promissora prova. Lá fomos nós, metrô relativamente cheio para um domingo de manhã, linha dois, bocejo, preguiça.
Saindo na estação final, começam os vendedores. Antes das oito da matina, já infestando as ruas ao redor da prova. "Caneta preta, caneta preta, olha a canetinha da prova!!". E todos, eu disse todos, sem exceção, só tinham canetas pretas pra vender. "Olha a caneta preta, só pode fazer a prova com caneta pretaaaaa!"... Mas a beleza da coisa é que isso não era verdade, tanto fazia caneta azul ou preta, mas a comunidade unida de vendedores de canetas para concursos (CUVCP) fechou no discurso do 'só vale caneta preta'. Impressionante. Eu me pergunto como. Onde estão as ovelhas 'azuis' para furar o esquema?? Nenhuma se manifestou.
Outro grupo que fechou no discurso foi o dos vendedores de água. Desqualificar a qualidade da água alheia foi a tática: "Olha a áááágua da prova, a água do bebedouro é sujaaaaaa".
Teve ainda um vendedor, pacientemente explicando a um potencial comprador: "Olha, lá tem água, mas é suja... é da caixa d'água... aí tem a dengue, né? Já viu! É melhor levar da minha água mesmo!".
Destaque ainda para os vendedores acostumados a vender água na praia que apareceram por lá: "Água, ô ááááágua..."; "Leva a aguinha, vai, leva a águinha, águinha, águinha, leva, leva a aguinhaaaaa".
E, para fechar o tópico aquático, o último vendodor apelou: "Olha a água da sooooorte, é essa a água da sooooorte!".
Gente criativa.
* * *
Repararam, no english no texto?! Opa... droga! Quase consegui!
Sunday, April 20, 2008
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